quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Parabéns Cristo Redentor - pelo seus 80 anos


A estátua do Cristo Redentor começou a ser planejada em 1921, quando foi organizada a "Semana do Monumento" — uma campanha para recolher contribuições dos católicos. No entanto, as doações só começaram 10 anos depois quando o Arcebispo Dom Sebastião Leme passou a coordená-la. Os primeiros esboços do Cristo foram feitos pelo pintor Carlos Oswal
do, que o imaginou carregando uma cruz, com um globo terrestre nas mãos, sobre um pedestal que simbolizaria o mundo. Mas foi a população carioca que optou pela forma da imagem do Redentor de braços abertos, como ela é hoje conhecida no mundo inteiro.
O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro Heitor da Silva Costa e levou quase cinco anos para ser concluído.

Foram estudados vários materiais para o revestimento da estátua, mas por fim foi escolhida a pedra-sabão, utilizada por Aleijadinho para esculpir os Profetas em Congonhas do Campo, Minas Gerais. Embora seja um material fraco, que pode ser riscado até com uma unha, é extremamente resistente ao tempo e não deforma nem racha com as variações de temperatura.
Construir o monumento não foi fácil. Como a execução da obra era impossível no Brasil, os desenhos foram levados para a França, aos cuidados do escultor polonês Paul Landowski. De volta ao país, as peças foram transportadas nos trens da Estrada de Ferro do Corcovado e montadas no alto do morro.
O Cristo Redentor, uma homenagem à religiosidade, tornou-se um símbolo do Rio de Janeiro e do encanto mundial, que recebe a todos de braços abertos.
RIO DE JANEIRO (Starnews 2001) – Depois de 4 meses coberto por andaimes, o monumento do Cristo Redentor foi reaberto nesta quarta-feira, 30 de junho de 2010, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, que já prevê novas obras de modernização no local e maior segurança.
A estátua do Cristo, eleita uma das sete maravilhas do mundo moderno, passou por um processo ao longo desses 4 meses de limpeza, restauração e colocação de pedras-sabão, material usado na construção do monumento em 1931.
Turistas nacionais e estrangeiros se deliciaram com a vista do alto das Paineiras e com o Cristo totalmente remodelado. "Eles estão maravilhados e encantados com o monumento e a cidade", declarou um guia que acompanhava um grupo de turistas norte-americanos.
Para evitar novos ataques de vândalos ao monumento, como o que aconteceu durante as obras de reparo, a direção do Parque Nacional da Tijuca, onde está a estátua, prometeu instalar em breve câmeras de segurança no local e ampliar o número de seguranças que circulam pela região.
Estão previstas outras novidades, como a construção de um platô de acesso ao Cristo. Também existe a possibilidade da construção de um hotel na região para abrigar turistas nacionais e estrangeiros.
"Ano que vem vamos comemorar com muito orgulho os oitenta anos do Cristo", disse o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, presente ao evento de reinauguração.
As obras de reparo custaram 7 milhões de reais, e há previsão de que as novas obras custem no mínimo 20 milhões de reais. Assim como na etapa de restauração, a Arquidiocese do Rio e a direção do Parque Nacional vão buscar apoio na iniciativa privada.
Por mais que as dimensões do Cristo Redentor sejam grandiosas, devolver as características originais ao monumento de 38 metros e mais de mil toneladas foi um trabalho de minuciosa recuperação de detalhes. O restaurador argentino Pablo Romero Cardozo, pensava, enquanto recolocava, com argamassa, os pequenos triângulos de pedra-sabão na ponta do dedo médio da mão direita do Cristo: “Não posso errar a mão. Tenho que esquecer essa vista e quase não olharei para trás”, dando as costas, ao mesmo tempo, para toda a orla da zona sul, o Pão de Açúcar, a Lagoa e o verde intenso da Floresta da Tijuca.
Foi de Pablo a responsabilidade de remodelar, com uma mistura de cimento e areia, partes do Cristo que, expostas a chuvas, vento, raios e variações de temperatura, foram danificadas desde a última reforma, em 2000. As pedrinhas, chamadas tesselas, foram todas inspecionadas e, quando necessário, substituídas.
“A cabeça e as extremidades eram as partes mais danificadas”, diz a arquiteta Márcia Braga, que coordenou o mapeamento de danos e comandou as equipes envolvidas na restauração. Ao todo, 30% da parte externa da estátua tinham algum tipo de dano físico. Na cabeça, por exemplo, foram reparadas rachaduras causadas por raios. Por todo o corpo, havia pedras que se soltaram, partes desgastadas ou deformadas pela erosão.
A boa notícia é que a estrutura de concreto armado, que sustenta as 1.145 toneladas do Cristo, está em boa forma. “O engenheiro Heitor da Silva Costa calculou a estrutura para suportar 20 vezes os ventos fortíssimos do alto do Corcovado. É uma obra absolutamente sólida”, diz Márcia.
A análise química e a investigação detalhada do corpo da estátua elucidaram mistérios. “Descobrimos a origem de algumas manchas pelo corpo do Cristo. Na década de 80, foram recolocadas tesselas feitas com uma pedra-sabão de composição ligeiramente diferente da original. O resultado era uma coloração mais puxada para o azul, destoando da cor esverdeada do Cristo”, detalha a arquiteta Letícia Pimentel, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As equipes envolvidas diretamente na restauração trabalharam quatro meses de sol a sol, enfrentando os ventos inclementes no alto dos 710 metros do Corcovado. Mas a visão que os operários, arquitetos e restauradores tiveram nesse período é invejável. Há minúcias que parecem reservadas aos escolhidos que, de tempos em tempos, vão se aproximar do Cristo. De longe, não são notadas, por exemplo, as chagas representadas por cavidades em forma de losango nas palmas das duas mãos. A parte mais funda das duas cavidades têm o tamanho da mão de um adulto. Só do último patamar de andaimes — ao todo foram 13 — vê-se, em detalhes, os contornos que moldam os cabelos do Cristo, divididos ao meio e com quatro camadas sobre a face.

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